Por que os bancos precisam repensar seus produtos para o mundo tokenizado

O universo financeiro está passando por uma transformação sem precedentes: a tokenização de ativos e serviços. Representar ativos, desde moedas fiduciárias até imóveis e títulos de dívida, em forma de tokens digitais, traz novas oportunidades de liquidez, transparência e automação. Para os bancos tradicionais, essa revolução não é apenas mais um “tema da vez”: é um imperativo estratégico. Neste artigo, vamos explorar as razões pelas quais as instituições financeiras devem revisitar, redesenhar e reinventar seus produtos para prosperar na era tokenizada.

Tokenização: o novo padrão de liquidez

Na infraestrutura tradicional, operações de liquidação podem levar dias ou até semanas, especialmente quando envolvem múltiplos mercados ou jurisdições. Com tokens em blockchain, as transações são liquidadas em segundos, reduzindo riscos de contraparte e custos de capital.
A fragmentação de ativos em frações menores, por meio de tokens, amplia a base de investidores, criando mercados mais líquidos e com spreads mais estreitos. Produtos como fundos imobiliários tokenizados abrem a porta para investidores de varejo, democratizando o acesso a ativos antes restritos a grandes players.

Experiência do cliente personalizada

Clientes esperam hoje plataformas intuitivas que permitam acompanhar em tempo real o status de seus investimentos. Produtos tokenizados integram-se de forma fluida a aplicativos móveis, permitindo visualização de portfólios, emissão de relatórios e execução de ordens diretamente na blockchain.
Contratos inteligentes (smart contracts) permitem criar condições personalizadas, como “lock-up” progressivo, gatilhos automáticos de desalavancagem ou recompra de tokens ao atingir metas de retorno. Essa flexibilidade incrementa a proposta de valor dos bancos, elevando o grau de customização oferecido ao cliente.

Eficiência operacional e redução de custos

Reconciliar registros, emitir extratos, gerenciar garantias e executar garantias de créditos são tarefas que demandam esforço manual e sistemas legados. Com tokenização, muitas dessas rotinas podem ser executadas de forma automática no nível do protocolo, liberando equipes para iniciativas mais estratégicas.

Ao integrar diretamente a camada de tokenização aos processos existentes do banco, como a inclusão de módulos de emissão, liquidação e reconciliação de tokens ao core banking, reduzem-se silos de dados, custos de manutenção e complexidade de interfaces, garantindo um ambiente unificado e sob controle total da instituição.

Compliance by design e rastreabilidade

Regras de permissão diretamente embutidas nos smart contracts garantem a validação automática, no momento de cada movimentação de tokens, do cumprimento dos requisitos de KYC/AML pelo participante, sem necessidade de etapas manuais nem exposição de dados sensíveis. Isso assegura que apenas usuários autorizados atuem e oferece às instituições flexibilidade para operar em redes públicas, privadas ou híbridas.

A transparência inerente às redes blockchain garante trilhas de auditoria completas. Qualquer transferência de token deixa um rastro permanente, facilitando a detecção de fraudes e a colaboração com autoridades regulatórias.

Integração com Real World Assets (RWA) e alinhamento com CBDCs

A tokenização de ativos do mundo real (títulos de crédito, commodities, contratos de leasing) abre caminho para mercados de crédito mais dinâmicos. Bancos podem se posicionar como facilitadores de emissão ou como provedores de liquidez em pools de RWA tokenizados, capturando novas fontes de receita.

Com iniciativas de CBDCs ganhando força global, os bancos devem procurar oferecer serviços e produtos que possam ser compatíveis com futuras moedas digitais emitidas por autoridade monetária. Isso inclui contas digitais tokenizadas, gateways de conversão e soluções de custódia especializadas.

Além da intermediação

A expertise de um banco na segurança de ativos digitais pode ser ofertada a terceiros, desde fintechs até corporações que desejam emitir tokens internos. É um modelo de negócios adjacente que realça o papel de custodiante confiável.
Bancos podem evoluir de meros provedores de crédito e pagamento para marketplaces de ativos tokenizados, conectando emissores, investidores e prestadores de serviços em um ecossistema integrado. Isso eleva o banco a um hub digital, com participação em todas as etapas da cadeia de valor.

O mundo tokenizado não é uma promessa distante, é uma realidade em aceleração. Para os bancos, repensar produtos não significa apenas digitalizar ofertas existentes, e sim repriorizar seus modelos de negócio, adotando protocolos que viabilizem liquidação instantânea, compliance e experiências sob medida para clientes cada vez mais exigentes. Aquelas instituições que abraçarem a token economy como oportunidade estratégica estarão na vanguarda da próxima era financeira.

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Sobre a Wireshape

A Wireshape atua na prestação serviços de consultoria em ativos digitais que capacitam instituições financeiras e fintechs a alcançar conformidade regulatória, orientando na definição de modelos de negócio e na concepção de arquiteturas blockchain modulares. Também realiza desenvolvimento de smart contracts, protocolos e oráculos on-chain, criação de dApps e integrações com sistemas legados, e é responsável por Levery, infraestrutura de exchange de ativos digitais de nova geração que conecta TradFi e DeFi, permitindo a bancos e fintechs lançar e operar suas próprias plataformas DeFi totalmente em conformidade regulatória, com monitoramento KYC/AML, ajustes dinâmicos de taxas e sincronização de preços via oráculos. Incubado pela Uniswap, acelerado pela Santander X e apoiado pelo Governo Federal por meio da RNP, Levery redefine o mercado institucional de finanças descentralizadas.

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